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Foto do escritorDra. Priscila Pacheco

Surto de tosse: Coqueluche, Influenza, COVID-19 ou outra infecção?


SURTO DE TOSSE

Você provavelmente já ouviu alguém ao seu redor reclamar de uma tosse persistente nos últimos dias. Mas o que será que está acontecendo? Estamos diante de um surto de coqueluche, infecções por influenza, COVID-19 ou outra doença? Vamos entender melhor o que pode estar causando essa onda de tosse e, o mais importante, como devemos agir.


Coqueluche: um perigo silencioso?

A coqueluche, ou pertussis, é uma infecção bacteriana altamente contagiosa que afeta as vias respiratórias. Seu principal sintoma é uma tosse seca e contínua, que pode durar semanas e causar sérios problemas, especialmente em bebês, crianças pequenas e idosos. A coqueluche é causada pela bactéria Bordetella pertussis e, mesmo com a vacinação em massa, surtos podem ocorrer, principalmente entre populações não vacinadas ou com imunidade enfraquecida.


Os sintomas da coqueluche incluem:


  • Tosse seca persistente, às vezes em crises que causam dificuldade para respirar.

  • Ruído agudo ao inspirar após uma crise de tosse (parecido com um “galope”).

  • Vômitos após episódios de tosse intensa.

  • Exaustão extrema depois dos acessos de tosse.

  • Apesar de a vacinação ter reduzido consideravelmente os casos de coqueluche, é importante lembrar que a imunidade pode diminuir com o tempo. Isso faz com que adultos e adolescentes vacinados na infância possam, ainda assim, contrair e transmitir a doença.


Influenza: a gripe também pode causar surtos de tosse

Quando falamos de surtos de tosse, outro vilão frequente é o vírus da influenza, o famoso causador da gripe. A gripe é uma infecção viral respiratória, muito comum em períodos de clima mais frio. Seus sintomas são bastante conhecidos, mas é importante lembrar que eles variam de leves a graves, podendo até levar a complicações, especialmente em pessoas de grupos de risco, como idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas.


Os sintomas da influenza incluem:


  • Febre alta e súbita.

  • Dor de cabeça e dores musculares intensas.

  • Tosse seca e contínua.

  • Cansaço e fadiga.

  • Dor de garganta e coriza.

  • A gripe é facilmente transmissível, especialmente em ambientes fechados. O vírus é espalhado através de gotículas de saliva, espirros e tosse, o que torna a prevenção essencial para evitar surtos.


COVID-19: o vírus que ainda circula

Embora estejamos em um cenário mais controlado em comparação aos primeiros anos da pandemia, é importante lembrar que a COVID-19 ainda circula entre nós, causando quadros respiratórios que variam de leves a graves. O vírus SARS-CoV-2, responsável pela COVID-19, segue infectando especialmente as pessoas não vacinadas ou aquelas que estão com as doses de reforço atrasadas. A tosse é um dos sintomas mais comuns, podendo ser seca ou produtiva, e frequentemente está acompanhada de febre, dor de cabeça, perda de olfato e cansaço.


Os sintomas da COVID-19 incluem:


  • Tosse persistente.

  • Febre.

  • Perda de olfato e paladar.

  • Cansaço extremo.

  • Dificuldade para respirar em casos mais graves.

  • Manter o esquema vacinal atualizado é fundamental para prevenir casos graves e complicações, principalmente em pessoas de grupos de risco.


Outras causas de tosse persistente

Além de coqueluche, influenza e COVID-19, outras doenças respiratórias podem estar por trás de um surto de tosse, como bronquite, pneumonia e infecções virais ou bacterianas. O aumento da poluição do ar, o tempo seco e mudanças bruscas de temperatura também são fatores que agravam problemas respiratórios e podem piorar a tosse.


Como agir diante de um surto de tosse?

Se você ou alguém da sua família está com tosse persistente, o primeiro passo é observar outros sintomas que possam acompanhar o quadro. Tosse seca contínua, febre alta, dificuldade para respirar e cansaço extremo são sinais de alerta.


Aqui estão algumas recomendações para agir corretamente:


Não se automedique: A automedicação pode mascarar sintomas e piorar o quadro. Antibióticos, por exemplo, não são eficazes contra vírus e só devem ser usados sob orientação médica em casos de infecções bacterianas, como a coqueluche.


Procure atendimento médico: Se a tosse persistir por mais de uma semana ou vier acompanhada de outros sintomas, como febre ou dificuldade para respirar, procure um médico para realizar exames e identificar a causa. Isso é especialmente importante para crianças, idosos e pessoas com condições pré-existentes.


Hidrate-se: Manter-se bem hidratado ajuda a manter as vias aéreas lubrificadas, o que pode aliviar a tosse. Beber bastante água também ajuda a diluir o muco, facilitando a expectoração.


Evite contato com pessoas doentes: A tosse pode ser um sinal de infecção, e, para evitar a propagação de vírus e bactérias, é importante limitar o contato com outras pessoas se você estiver com sintomas, especialmente em ambientes fechados.


Mantenha as vacinas em dia: A vacinação é a principal forma de prevenir doenças como a influenza, COVID-19 e coqueluche. Verifique se suas vacinas estão atualizadas e, no caso da gripe e COVID-19, lembre-se de que são vacinas que precisam de reforços periódicos.


Cuidados com o ambiente: Mantenha a casa arejada, evite ambientes com fumaça de cigarro e, se possível, use umidificadores em locais com ar muito seco. Esses cuidados ajudam a reduzir a irritação nas vias respiratórias.


Conclusão

O aumento de casos de tosse no Brasil pode estar relacionado a diferentes causas, como coqueluche, gripe, COVID-19 ou outras infecções respiratórias. O mais importante é não ignorar os sinais e buscar orientação médica quando necessário. Tosse persistente não é algo a ser subestimado, especialmente em tempos de surtos.


Fique atento aos sintomas e cuide da sua saúde. Prevenir é sempre o melhor remédio!

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